6.7.13

Proxemia

Você pode ouvir o meu nome?
Talvez você seja um bom ouvido para meus dragões desovarem.
Você sabe o meu nome?
Tem ideia de quem eu seja.
E se formos nós dois?
Vai doer um pouco menos.
Seremos um pouco mais de cada um.
Foi nosso descuido, eu sei.
Foi um ultraje dos poetas.
O nosso amor foi sacralizado.
E foi o nosso descuido mais lindo.
Eu posso te enxergar na hélice desse ventilador velho.
Você fica tão bem com essa luz em volta do seu corpo.
Com esses anéis em tuas orelhas finas.
As lâmpadas fluorescentes fazem bem para o planeta.
E talvez você seja só mais um satélite infiltrado.
Vamos ficar sol a noite inteira.
Deslizando as mãos sobre as nossas confidências.
Lá faz tanto em si.
Que é quase como não ter TV.
Você demorou tanto.
Que eu quase te esperei a vinda inteira.
Só não disse o teu nome porque eu não sei como você se chama.
Nem afagos que não foram planejados.
Você consegue me ouvir em outras frequências?
Os teus dentes são tão brancos.
E o teu riso tão quente.
Que é quase como esquiar no verão.
Daqui de tão perto.
A sensação de se sentir infinito é tão curta.


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