6.7.13

Pictures

Meus ossos são tão teus.
Que eu até posso fingir que há algo meu neles.
Não faz mal contar só até nove uma vez só.
Talvez você precise sorrir um pouco mais.
Faz tanto frio nessa época do ano.
Que eu só queria que você soubesse que eu posso te esquecer.
A tarde inteira.
Há tanto espaço nesse teu teclado velho.
Quem sabe nós dois não acabamos nele?
Não tem importância.
São só fotos que não foram reveladas.
Você sabe o que tem escrito nelas?
Íamos lá só pra vermos nossos corpos vermelhos.
Na bem verdade.
Os teus quadris ficam tão bonitos tingidos assim.  
Um pouco a mais de preto não faz mal.
Você sabe que precisa olhar para lente da câmera.
Mas o teu perfil é como um filme do Woody Allen.
É a tua voz agora.
A segunda vez só nessa semana.
Você vive em minha garganta.
E eu que pensei que estivesse livre de você.
Mas fico bem aqui.
Clamando pra que me desenhe em teus papéis plásticos.
Em teus pulsos cobertos.
Há solidão suficiente pra nós dois nesse quarto.
Todos esses recortes pendurados em tua pele.
Te ressacam.
Você é feita disso.
Ao menos você é feita de alguma coisa.
Olhe pra mim.
Do que eu sou feito?
Eu não vou a lugar algum.
“Dez!”
Dessa vez.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Arquivo-me