24.5.13

Além daqui.

O mundo inteiro é um copo de limonada.
Verde e doce.
Decendo garganta abaixo.
Liquidificando preces.
Prazos e preços.
Tudo é um pequeno recorte.
Recortado arbitrariamente.
Arbitros e bandeirinhas.
Assinalam impedimentos.
Pedidos que não chegaram na encomenda certa.
Comendo a carne de quem espera.
O mundo inteiro é um anel de plástico
Frágil como a palavra que oxigena o peito.
E asficcia o pescoço do vigia.
Que em vigilia protege. Promete o corpo que não lhe é seu.
O mundo inteiro é um quarto mal iluminado.
Uma coberta, coberta de memórias e cheiros.
Um carpete cor de abóbora.
De cor e salteado.
O mundo inteiro é só uma parte.
Um apart. na Rua das Laranjeiras.
Eu nem gosto do Rio.
E nem conheço esse lugar.
O mundo inteiro é uma contravenção.
Uma invenção de quem não tinha o que fazer.
E não queria mais passar domingos assistindo Video-Cassetadas.
O mundo inteiro é uma canção inacabada.
Feita às preces.
Com uma voz rouca ao fundo.
Um sample desafinado.
O mundo inteiro é aqui.
Uma criança que voa na asa de uma borboleta cega.
Um lugar onde não a, nem b, nem c.
Um álbum de figurinhas incompleto.
Resta-um.
O mundo inteiro sou eu.
Apogeu de mim mesmo.

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