Vestido
cinza, em tecido vivo.
Manchado de mãos pequenas que o marcam.
E remarcam o seu território. A linha que separa.
Os sorrisos desbotados que tomam vida em giz de cera
Molhado em chocolate quente com leite em pó.
Lápis de cor verde pra colorir as tardes interrompidas pelo velho que sempre
prometeu furar a bola.
Os castelos celestes que abrem as portas e as escadarias em doce de leite para
que possamos entrar.
No campo.
De pipas, soltas, presas na escorregadeira.
“ Você pode ir pega-la pra mim ? Não que eu tenha medo, é claro, quem teria
medo de escorregadeiras ? Só que lá está tão cheio de insetos. “
Você sorria e dizia “ É claro que não. “
Rodopiávamos no pátio da escola, no azulejo branquinho, igual à você.
Adoro as sextas-feiras e as terças.
As filas da merenda ficam menores.
E não tem guerra de comida e nem cordão de força para nos derrubar.
Não que já não façamos isso.
Quer saber? Poderíamos até passar algumas tardes fritando bolinho de chuva,
enquanto eu brinco com o seu cabelinho curto em forma de tigela de gelatina de
jabuticaba.
“ Não. São seus olhos que parecem.” Você retruca.
- 16/11/2012
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