For someone away [...]

Eu poderia emprestar-te os meus olhos, se eu pudesse ter certeza que assim você veria-se como eu te vejo.
E todo esse teu sagrado, e toda essa tua verdade.
Sim, eu poderia emprestar-te os meus olhos, pra que você pudesse sentir o quanto eles dançam numa melodia quase lúdica quando te vem. Mesmo que nunca tenham a visto.
Eu poderia ceder-te os meus ouvidos, se assim você pudesse ouvir a melodia que ressoa da tua voz, e que chega à eles como o soneto dum reencontro eterno.
Eu poderia conceder-te até mesmo os meus sonhos mais secretos, se por um instante você pudesse abençoa-los. Se por um instante você pudesse vivê-los.
Eu poderia emprestar-te todo o vislumbre que você me causa, os teus traços, os teus terços, o teu sorriso.
Eu poderia ceder-te tudo isso, se em algum momento, e por menor que fosse a chance, eu conseguisse convencer-te de tudo o que tu és. E de tudo aquilo que eu ainda não conseguir ver. E de tudo aquilo que você ainda vai ser. [...]