1.11.13

Carta a uma nephiliniana

O ar que sopra os balões.
Flutua os corpos.
Tão pequenos e frágeis.
No tecido e no chão preto.
Na íris nossas falas são escritas.
Com fontes baixadas na internet.
Eu leio.
Alheio de tudo.
Me padeço, no entanto, com você.
Me pareço tanto com você.
Que talvez você ainda me enxergue.
Em um bicorde que os teus dedos
Não alcançam.
Em algum número confuso.
Elevado à ele mesmo.
Como você tem levado.
Todo esse templo.
De cartas decalcadas.
Em papel carbono.
Na tua pele?
A tinta.
O intento.
O entretanto.
Escorrem o mais rápido que conseguem.
Você já pode cobrir suas asas.
Eu fiz suco de laranja.
E talvez eu fique até tarde.
Não se preocupa.
Eu já posso dirigir.
Talvez eu te apanhe.
Nessas tuas estações de rádio.
Financiadas por tuas cartelas.
Diárias de nostalgias.
Que você toma.
Com água e refrigerante.
Você sabe que eu ainda me pergunto.
O que seria do mi.
Se você não existisse.
Não sabe?
Guarda os teus olhos embaixo do travesseiro.
Eu te vi cuidar de mim esse tempo inteiro.
Decerto devo ter apreendido alguma coisa.

Um comentário:

  1. Anônimo28.11.13

    Você é encantador. Eu agradeço por tudo isso que temos, meu preto. ^^

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