15.8.13

Dans les branchies et noir

Não acende a luz.
Há escuro suficiente pra nós dois.
Em minha boca.
Orações e sentenças.
Inafiançáveis.
Escorrem sobre os teus joelhos.
Manchados de tinta roxa.
Por entre os teus dedos sacros.
Com medo que alguém os veja.
Comendo alguma sobra quase esquecida.
Em algum incômodo sujo desse acaso.
Eu faço a barba com uma Katana cega.
Forjada a golpes de estado.
Terminal.
Você também enxerga o que eu vejo, não é?
Nós dois fomos selados.
Em nossos próprios corpos.
Costurados às pressas.
Pra que não pudéssemos fugir.
Que está tudo bem.
Pra que não pudéssemos fugir.
De nossos olhos.
Eu não sei você.
Mas eu gosto da sensação.
De ter o teu silêncio.
Dançando nas frestas que minha vista turva dá.

Preenchendo assim de tão preto minha pupila.
Destilada.
Enquanto eu acolho você em meus traços.
E (ar) risco em teus (im) pulsos.
Encobertos de estro.
Alguma inscrição aleatória.
Ode algum dia eu ainda possa.
Alcançar de vê-los tanto assim.
E quando com verso contíguo.
Avesso-me ao outro lado desse EP.
Pendurado no teto por acordes soltos.
Observo de tuas sombras e do pouco de luz.
Que ainda sopra.
Em teus ouvidos.
Tingidos.
Em preto e brânquias.

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