Não
acende a luz.
Há escuro suficiente pra nós dois.
Em minha
boca.
Orações e sentenças.
Inafiançáveis.
Escorrem
sobre os teus joelhos.
Manchados de tinta roxa.
Por entre os
teus dedos sacros.
Com medo que alguém os veja.
Comendo alguma
sobra quase esquecida.
Em algum incômodo sujo desse acaso.
Eu
faço a barba com uma Katana cega.
Forjada a golpes de
estado.
Terminal.
Você também enxerga o que eu vejo, não
é?
Nós dois fomos selados.
Em nossos próprios
corpos.
Costurados às pressas.
Pra que não pudéssemos
fugir.
Que está tudo bem.
Pra que não pudéssemos fugir.
De
nossos olhos.
Eu não sei você.
Mas eu gosto da sensação.
De
ter o teu silêncio.
Dançando nas frestas que minha vista turva
dá.
Preenchendo
assim de tão preto minha pupila.
Destilada.
Enquanto eu acolho
você em meus traços.
E (ar) risco em teus (im)
pulsos.
Encobertos de estro.
Alguma inscrição aleatória.
Ode
algum dia eu ainda possa.
Alcançar de vê-los tanto assim.
E
quando com verso contíguo.
Avesso-me ao outro lado desse
EP.
Pendurado no teto por acordes soltos.
Observo de tuas
sombras e do pouco de luz.
Que ainda sopra.
Em teus
ouvidos.
Tingidos.
Em preto e brânquias.
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