18.7.13

Ração para os teus gatos.

Ainda há impulso em teu corpo?
Você ainda sente?
Os teus nervos em vibracall.
Se debatendo no chão de minha cozinha.
Enquanto entram em algum consenso requentado.
E me acordam às seis e vinte da manhã.
Com leite e café desidratado.
Só mais cinco minutos e eu nem perceberia.
O tempo passa tão depressa desse lado da tua pele.
Que da próxima vez que vir aqui não esquece.
De vomitar você pela casa inteira.
Em algum lugar onde eu possa sentir o teu cheiro.
A vista do teu corpo magro.
Desenhado nesse suéter velho.
Alucinógenos em conserva.
Na gaveta de tuas impressões.
Em papel A4.
Recortes de tua placenta
Escorrem pela vidraça.
A salvos de teu discurso cientifico.
Dos teus credos céticos.
E de minhas estimas melancólicas.
Há tanto espaço dentro de teus braços.
Que é quase como comer os teus ossos frios.
Você precisa esquentá-los se eu não chegar até às nove.
Foi o que eu te disse.
Você ainda se lembra?



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