Ela me perguntou: “porque 87 “? Não sei responder, mas na
hora fingir saber.
Seus olhos me convidaram pra tomar chá.
“Chá preto de pacote” ?
Seus olhos me condenaram.
Ela me pediu um copo de soro glicosado.
“Acabou de chegar e já espalhou suas patas no meu tapete”. Pensei.
Ela me deu a sua mão, seu relógio, pulseira, cordão, voltou pra dizer que me esqueceu.
Ela me deu a sua mão, seu relógio, pulseira, cordão, voltou só pra dizer que se
esqueceu.
Na manhã seguinte, suas patas na escadaria me incomodaram, “ preciso acordar e
pegar meu dragão das 6:30”. Murmurei.
Teus óculos escuros, garoas de dicotomia no quintal.
Expostos num sarau.
Cartas de baralho, sem ases.
Caveiras mexicanas em costas nuas.
Impérios incas em calçadas cruas.
08/11/2012
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