12.5.13

A carne de Val me divertia, seu corpo pintado de nudez me queimava confeites de crueldade.
Sem dó.
Diminutos que eu não me via.
Sem dor.
Sem sanção mínima de consciência aparente.
Como um macaco nú.
Vomitado em sua condição mais originária.
Animalesco.
Servo de seus instintos.
Animado.
Suprimido.
Meus pulsos bradavam suor e sangue em seu louvor.
Meu corpo se contorcia.
Vigor que me invadia.
Vadia que passeava em passeata sobre meu corpo.
Espaços que se abriam em passarelas.
Seus sapatos me riscavam.
Me arriscava em lampejos de insanidade mastigar sua carne.
Seus olhos vermelhos consentiam.
E meus dentes rasgavam sua pele.
Faminto.
Mas a carne de Val cobrava à vista em vísceras.
Feridas abertas.
Estancadas com guardanapos sujos de batom.
Esquinas mal iluminadas.
O escuro torpe estendido sobre o discurso moral.
Em gavetas.
Em gravatas.
A Carne de Val me divertia.
Me invadia.
Minha vadia.
Dançava em júbilo.
O gozo que escorria à lagrima em companhia.

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