15.8.15

5h29

Eu te criei.
E tudo que eu mais queria.
Era que tivesse me feito.
Suportar o peso.
Mas a essa altura.
Você já deve ter ido embora.
Talvez eu ainda possa ser alguma coisa.
Que você queira.
Eu posso?
O tempo é um relógio de pulso.
Que só serve.
Pra te lembrar.
Dos gastos mensais.
E calóricos.
Foi o que você disse.
Mas talvez nem se lembre.
Das taxas de açúcar no sangue.
E de descer o lixo aos sábados.
Por favor.
Me dê um sinal.
Não me atravesse.
Sem dizer coisa alguma.
Enquanto algumas pessoas ainda dormem.
Eu sou um espaço.
Entre um vão e outro.
Orbitando velharias.
Na tua TV a cabo.
Que não me diz outra coisa.
Além do que eu não sei.
Eu sei?

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