21.9.13

La vie en tu.

Você consegue ouvir?
É seu.
Tudo aqui é seu.
São teus dedos.
De unhas roídas.
Que roem as túnicas dos meus demônios.
E sintonizam a frequência.
Supraventricular.
Que eu me movo.
Em linha reta.
Aos átrios que ainda dormem.
Cedo meu corpo à você.
Tão cedo que eu mal pude fazer a mesa.
Tão pouco aquele suco de goiaba que você tanto gosta.
Eu fiquei esse tempo inteiro desenhando teus lábios espessos.
Na distonia de minhas mãos tão nuas.
(r)expostas exacerbadamente.
Respondidas pela inconstância da tua pele.
Deitada por cálices de mingau de chocolate.
Que em travessas de vidro.
Atravessam minha garganta.
Já tão toxicomanas das tuas reminiscências
que conto em meu corpo.
Sentenças refogadas no horário do almoço.
Você (a)notou quantas vezes eu já fui (a)teu de todos aquelas crenças
Que eu já nem me lembro mais só nessa semana?
Dia-a-diários de borda eu me pareço mais com você.
E você comigo.
Liturgias que em rituais me inscrevem.
Por intenso em letras cursivas.
Ao teu lado.
Com a tua ida que me leva também.
Pra aonde?
Eu nunca sei.
Talvez aos enquantos.
Da tua vi(n)da.
Ensaiadas ao acaso com você pra não ter que vê-la.
Ao parto do nosso afeto.
Sinestésico.
Ao tempo que me invejo próprio de tê-la em meus ouvidos.
Até às sete ou às dez.
Tanto faz, se eu tanto for com você.
Como tenho sido.
Tecido que te cobre em calçadas que testemunham nossas odisséias.
Me faz de coberta para teus medos.
Embora eu também os tenha.
Já não me importo mais.
Me faz-de-conta que sou tuas horas de alforria.
Que eu te livro de todas essas histórias mal escritas.
Me deixa navegar em tuas páginas temporariamente fora-do-ar.
Que s(tal)k eu ficar até você dormir?
Ainda há tanto tempo aqui dentro.
De nós dois.
Que eu integraria meus ombros à você.
Se você morasse em mim.
(Na)mora em mim, minha menina.



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