Desde muito cedo, injetam em você tudo aquilo que você precisará buscar incansavelmente.
O alguém que você precisa. Como ele deve ser, como deve se comportar.
Que por ser sua alma-gêmea, cara-metade ou afim, ele tem de ser, obrigatoriamente, estritamente parecido contigo, com os teus gostos, os teus jeitos.
Que você vai encontra-la saindo de uma locadora num sábado à tarde com aquele filme que você adora, e que você saberá que é a pessoa certa por isso, trocarão telefone e conversarão por horas a fio no lugar que - coincidentemente é o mesmo que você sempre gostou.
Em seguida, te afirmam que não é bem assim, que pra ser sincero é absurdamente ao contrário. Que os "opostos se atraem". Que essa pessoa que você procura é bem diferente de você. Que vocês vão brigar bastante, vão se odiar, e é aí que o tal esperado amor vai surgir.
E você acredita nisso. Acredita religiosamente em tudo isso. E sofre, busca, sofre, quebra a cara, sofre mais um pouco, e continua buscando.
E então um alguém aparece. No começo você mal imagina nada, até porque você continua imerso na idealização que te obrigaram acreditar. E esse alguém vai ocupando cada vez mais espaço, você passa a pensar nele com mais frequência, mas duvida que possa ser alguma coisa. Por que ?
Bem, como pode ser essa a pessoa, você não a idealizou, ela não parece com a garota de seus desenhos de ensino médio, não é sua projeção, muito menos vocês parecem se odiar.
Você dois curtem aquela mesma música do Nando Reis, mas ela prefere Cartola, enquanto você adora The Killers, ela gosta do terror, apreensão e da violência dos Jogos Mortais enquanto você estremece só de pensar em algo parecido.
Mas mesmo assim você gosta da companhia dela, não por similaridades preferenciais, mas porque ele te faz se sentir bem. E ela parece passar o mesmo. Com uma garantia que até agora você não conhecera.
E quando você menos espera, você está em seu quarto, conversando com essa garota, desenhando planos, fascinando com sua voz que parece derrubar por terra toda teoria harmônica. Fascinado com o seu jeito, com o seu encanto, preso à ela e completamente alheio à tudo.
E de uma hora pra outra tudo que você acreditou até agora parece uma tremenda bobagem, e você se dá conta do quanto demorou, ou que na verdade não demorou nada.
Deixa de pensar se tudo isso estava planejando, se é acaso, destino, porque toda a grandiosidade do que você sente é extremamente suficiente. Que não é importante tentar descobrir porque aconteceu, e nem o que motivou, mas sim que está acontecendo.
Que está acontecendo. E que a cada dia, e a cada certeza, acontece bem mais.
[...] Seria infinitamente insuficiente dizer que te amo, mas na ausência de alguma palavra que melhor o expresse : Eu te amo, te amo tanto, minha mulher, minha Yasmin.
Eu te amo tanto, meu senhor!
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