28.4.12

Da plenitude.

E eis que enfim encontraram as partes que lhe faltavam.
Era findada a jornada.
As partes outrora suprimidas, mutiladas, agora apresentavam-se ali, como encaixes perfeitos.
Os pares de pernas e braços, membros separados pelo tempo e pela teia viscosa e viril do Destino, agora, por fim, encontravam-se.
Até ali já haviam percorrido vários outros braços e pernas, olhos e bocas, outras mãos e tantos outros pés, como se os testassem, e no fundo soubessem que não encontrariam-se ali.
Mas eis que encontraram-se, quando já não mais se buscavam.
E como num súbito, num abraço, fundiram-se. Voltaram à sua forma original.
Completa, inteira, plena.
Jamais sentiriam saudade outra vez, daquela enfermidade que os rasgavam ao meio já não haviam mais de temer. Já não existia saudade !
Estariam fadados à prisão eterna de serem apenas um.
De seus desejos. De seu desejo.
Sem perdas, nem separação, nem idas e vindas.

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