O Garoto e o Passáro

Certa vez uma mãe ao perceber o seu filho muito só resolveu lhe dá um presente.
Pensou e repensou no que o faria se sentir menos sozinho, e então resolveu comprar um pássaro pra ele. O garoto adorou e nem nas melhores expectativas da mãe ela imaginou uma reação daquela.
Era notória a felicidade do pequeno menino diante da idéia de ter algo pra cuidar.
O tempo foi passando e o afeto do menino pelo animal só aumentava. Todos os dias ele acordava bem cedo e colocava agua e comida, dois dias na semana era vez da limpeza da gaiola, sempre um trabalho muito minucioso principalmente o cuidado pra não deixa-lo escapar, afinal a sua mãe sempre dizia pra está atento à isso.
Numa certa manhã quando estava à fazer os trabalhos de praxe, sentiu o pássaro mais triste do que de costume, ele já havia o percebido assim principalmente quando outros pássaros pousavam na gaiola.
Levado pela curiosidade e pela confiança que havia construindo por tal, teve a ideia de deixa a porta aberta, e então o pássaro voou e nunca mais o garoto o viu.
Uma tristeza e um sentimento de ingratidão enorme invadiu o peito daquela pequena pessoa, a maior parte do dia era com ele que o menino brincava, deitava-se perto da gaiola e confidenciava todos os seus desejos e medos, como ele poderia ter feito tal coisa !?
O menino passava horas e horas sozinho olhando para o nada , ficou assim por semanas e semanas, aumentando o sentimento de culpa da mãe que agora já nem sabia como controlar.
E então ela teve a perigosa ideia de dar à ele outro pássaro,só que dessa vez prometeu à si mesmo que seria tudo diferente, revestiria a gaiola com uma segurança bem maior e agora compraria um com as asas cortadas e faria isso novamente cada vez que elas crescessem.
Não disse nada o garoto, seria como uma surpresa.
O dia chegou e então ela trouxe a pequena caixinha e à pos nas mãos do garoto, o menino já imaginava o que havia ali dentro e para surpresa da mãe ; sorriu, a abraçou e correu para o quintal.
Tudo aconteceu exatamente como da outra vez, o afeto foi se criando e aumentando, mas em algumas coisas era diferente do primeiro, às vezes outros passáros vinham e pousavam na gaiola como faziam com o outro, mas ele não ficava triste, mas mesmo assim o garoto abria a portinha, então ele saía da gaiola e ficava ali com os outros depois voltava, o menino achava que ele não ia porque não podia voar e seguir os outros.
O tempo passou e a mãe não fez o que prometeu à si mesmo. O passáro estava novamente apto à voar, era só uma questão de oportunidade.
E ela aconteceu.
Era dia de limpar a gaiola e o menino já havia percebido que as asas do passáro estavam bem crescidinhas, mas imaginou que não ao ponto necessário para ele fugir, e assim o permitiu sair.
Foi tudo muito rápido, mas suficiente para o  garoto se virar e vê o passaro voar na mesma direção do outro, a mãe que estava à ver tudo desesperou-se.
Poucos minutos depois lá se vinha o passáro voando, pousou e entrou na gaiola novamente.
A mãe sem entender nada viu o garoto sorridente se dirigir em direção à gaiola e a pendurar onde era o seu lugar de costume.