11.2.11

Mosaico

Ele recostou o queixo sobre as mãos e os cotovelos sobre as pernas, e assim ficou por algum tempo.
Embora estático, seus pensamentos voavam à uma velocidade incrível, eram quase como flashes, de tão rapidos eram quase imperceptiveís, mas formavam algo como um enorme mosaico de pessoas, lugares e momentos.
Nesse mosaico, ele via tudo o que ele já tinho vivivo até hoje, com suas escolhas, os sorrisos e lagrimas que elas tinham lhe causado, os lugares que já tinha visitado, lembrou das pessoas que ele tinha conhecido até então, reagiu estranhamente ao lembrar de algumas, seus labios se estreitaram em um sorriso ao lembrar de outras e sentiu as duas coisas anteriores e uma pontada de saudade ao lembrar de algumas poucas, e nesse instante ele separou essas como alguém que seleciona figurinhas de colecionar, como se abrisse uma caixinha, com todo cuidado as depositou ali.
Elas eram extremamente especiais, não era certo mistura-las às outras.
Logo que o fez, voltou ao mosaico.
Dessa vez recolheu as outras, observou atentamente algumas, chorou ao lembrar de outras, mas conseguiu guarda-las em algum lugar especial, não como a das outras, mas um lugar da qual elas eram merecedoras.
Ali, parado em um lugar que ele nem sabia onde era, viajando por lugares e pessoas, ele já não se sentia mais na atmosfera, era como se sua alma vagasse, submerso na saudade ele então voltou.
De repente abriu os olhos e já nem sabia mais que dia era, nem tão pouco que horas.

Era estranho se sentir assim, um ser extremamente depedente da saudade, alguém nostálgico. vivendo em uma realidade paralela. Mas embora ele lutasse contra isso, ele era assim, e sentia que dificilmente mudaria.

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